Para a realização da Proposta #4 da cadeira de Design e Comunicação Visual, foi-nos proposto a realização de uma infografia com base em material de carácter jornalístico orientado para um contexto editorial específico. “Journalism is not just about covering the news, but also about providing context for the news” (The Functional Art: an introduction to information graphics and visualization, Alberto Cairo, pág. 46). A infografia permite a capacidade de interpretar e apresentar visualmente informação. É linguagem informativa, elemento e linguagem da comunicação visual.
“A infografia significa a apresentação visual de dados, sejam dados estatísticos, sejam mapas ou diagramas. Trata-se das três formas que adopta a infografia no jornal impresso.” Alberto Cairo
Escolhemos retratar na nossa infografia o caso particular de Phineas Gage, um operário americano que sofreu um acidente no trabalho com explosivos, no qual uma barra de metal lhe atravessou o crânio, mais especificamente o lobo frontal do córtex cerebral. Este caso tornou-se alvo de estudo pois o impacto no lobo frontal alterou o comportamento do sujeito em análise, providenciando estudos relativos a alterações cerebrais. Trata-se, portanto, de uma infografia ligada à ciência. Este é o resultado final:
Infografia enquadrada no Layout da BBC News.
Memória Descritiva
Começamos por realizar uma pesquisa sobre Phineas Gage, de forma a reunir e organizar a informação e estruturar a infografia (“Start with a strong focus, do as much research as you can, organize, sumarize, and then deliver your conclusions in a structured and visually appealing manner”, The Functional Art: an introduction to information graphics and visualization, Alberto Cairo, pág. 154). Decidimos dividir a nossa composição em duas partes fundamentais: a primeira diz respeito à forma como se procedeu o acidente e a segunda corresponde às especificidades do lobo frontal, o lobo afectado pelo acidente.
Encimando a nossa composição final colocamos o título “Consequences of a brain accident” e subtítulo “Particular case of Phineas Gage”. Uma pequena introdução explica quem foi Phineas Gage, e está colocada ao lado da mesma uma fotografia do sujeito em análise, em estilo de fotografia antiga.
Na primeira parte, utilizamos uma caixa preta, de forma a distinguir o seu conteúdo do restante, e titulamos de “Neuroscience’s most famous patient: How does it happened?”. Decidimos juntar nesta caixa dois elementos quase antagónicos: um desenho simples e uma imagem em 3D. A principiar a caixa, encontra-se o desenho simples que exemplifica por imagens a forma como a explosão aconteceu. Exibe a explosão da rocha com explosivos, e posteriormente os estilhaços da mesma em direcção a Phineas Gage, tanto como a própria barra atravessada no crânio. A imagem conseguida é muito simples e clara, o seu conceito é facilmente perceptível pelo que não utilizamos qualquer legenda explicativa da mesma imagem. Um pouco abaixo na mesma caixa, encontra-se a imagem em 3D. Esta exemplifica de vários ângulos a posição da barra de metal atravessada no crânio de Gage. Surge como um complemento à imagem simples, porque esclarece de que forma essa barra atravessou o crânio. É uma imagem muito realista e tridimensional, conceitos por si só associados ao 3D.
A segunda parte da infografia corresponde a uma caixa branca, empregada com sombra escura para se diferenciar da cor de fundo. Esta caixa, por sua vez, é titulada de “Specificities of the frontal lobe”, pelo que apresenta as características do lobo frontal do córtex cerebral, o lobo que Phineas Gage viu afectado após o acidente. Expusemos vários ângulos do cérebro, devidamente legendados, realçando através da cor vermelho o lobo frontal.
A infografia final utiliza apenas três cores: branco, preto e vermelho. O tipo de letra utilizado é também simples, sólido, sem grandes detalhes. Tendo como tema as consequências de um acidente cerebral, encaixa-se na categoria Ciência, pelo que pretendemos dar um aspecto clínico e sério à infografia. Segundo Alberto Cairo, devemos “Stick to just two or three colors and play with their shades” e o mesmo se adequa a tipos de letra utilizados, “Do the same with fonts. Choose just one or two: a solid, thick one for the headlines, and a readable one for the body” (The Functional Art: an introduction to information graphics and visualization, Alberto Cairo, pág. 175).
A nossa composição foi enquadrada numa publicação da BBC News, o que justifica a infografia estar escrita em inglês, de forma a homogeneizar todo o enquadramento. O tipo de letra, mantendo-se sólido e simples, alterou-se para um semelhante ao utilizado na publicação da BBC. Ao enquadrar a composição final, vimo-nos impelidas a alterar ainda o tamanho de alguns elementos na infografia, consoante o espaço livre no enquadramento.
“A infografia não é uma linguagem do futuro, é uma linguagem do presente.” Alberto Cairo
Bibliografia/Webgrafia consultada:
The Functional Art: an introduction to information graphics and visualization, Alberto Cairo, Berkeley: New Riders, 2013
http://jpn.c2com.up.pt/2006/07/11/infografia_nao_e_uma_linguagem_do_futuro_e_do_presente.html
Informação sobre Phineas Gage: http://www.smithsonianmag.com/history-archaeology/Phineas-Gage-Neurosciences-Most-Famous-Patient.html